quarta-feira, 27 de abril de 2011

Conto 02: A invasão dos orcs (parte 01)

Resumo: "À procura de informações sobre a parte de um tridente que carregavam, um grupo de aventureiros tenta ter acesso a biblioteca do reino de Ethruria. Mas o que eles não contavam eram com as mortes misterioras dos batedores reais."
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Nota da autora: Esse conto se passa em torno de dois anos antes do casamento real.

Resgatando Tessan

      Era uma manhã qualquer quando um grupo de aventureiros chegou aos arredores do reino de Ethuria. Tinham como objetivo ter acesso a biblioteca local para descobrir como conseguir a parte que faltava ao tridente que haviam adquirido recentemente. Esperavam acessar a cidade com ajuda de Eilien, um elfo espião do reino que havia se juntado ao grupo.
    O grupo montou acampamento num ponto não muito distante da cidade principal, porém afastado o suficiente dos batedores elfos. Eles temiam que descobrissem que traziam consigo uma meio elfa, já que Eilien havia advertido a todos que havia uma lei, imposta por uma antiga rainha, que ordenava a morte de todo meio elfo que fosse encontrado, portanto se vissem Arcanya, os batedores não iriam hesitar em atacar para matá-la.
- Por que esse ódio todo aos meio elfos? -  indagou Arcanya.
- A rainha recebeu uma profecia de que um meio elfo subiria ao poder e destruiria o reino. Por causa disso, ela decretou que todo meio elfo deveria ser morto.
- Então, por que você não me atacou?
- Eu não compartilho dessa ideia e acho que a rainha interpretou essa profecia errada. - tais palavras deixaram a meio elfa pensativa.
    Com o acampamento montado, Azhara e Eilien decidem só eles irem até a cidade para conseguirem acesso a biblioteca e pedem a Gunglain, Marlus e Arcanya que fiquem esperando por eles aqui. O mago então gesticula e recita algo, transformando-se num elfo. Foi necessário o uso desse disfarce, pois o espião havia dito que há muito tempo os humanos foram proibidos de entrar em Ethruria. Com tudo pronto, os dois partiram.
    Azhara e Eilien seguiram rumo ao reino através das florestas que a cercavam. Estranharam o fato de não terem sido interceptados por nenhum batedor elfo, mas continuaram a avançar. Não tardou muito para que eles vissem o porque de não terem sido interceptados até agora: os batedores estavam mortos. O elfo e o humano se aproximaram dos corpos, o mago agacha e percebe neles marcas não muito comuns. Ele olha para o outro e se levanta.
- Acho melhor retornarmos ao acampamento. - diz o elfo.
- Concordo. Precisamos avisar os outros, talvez haja necessidade de investigar tudo isso. - concordou o mago.
    No acampamento, Gunglain, entediado com a espera forçada, abre uma garrafa de uma bebida que trazia consigo. Sorveu um gole e ofereceu a Arcanya e Marlus, prontamente aceito por eles. O que ninguém sabia é que a meio elfa era fraca para bebida, ficando bêbada rapidamente. Quando o bárbaro foi brincar com ela, a chamando de gordinha, a mestiça não gostou, sacou as espadas e o atacou. Ele revidou o ataque instintivamente e assim uma luta desnecessária se iniciou. O cavaleiro, antes distraído com sua bebida, ao ver os dois engalfinhando-se, entra no meio da luta e separa os dois, esticando os braços.
- Vocês estão malucos ou o que? - esbravejou Gunglain – Estão proibidos de beber e peçam desculpas.
- Desculpa. - Arcanya e Marlus falaram cabisbaixos.
    Neste momento, Azhara e Eilen chegam e veem os dois brigões com alguns ferimentos. O mago pergunta a Gunglain o que havia acontecido e ele responde que eles haviam bebido e brigado sem nenhum motivo. O humano balança a cabeça num gesto de desaprovação e o elfo ri. O cavaleiro então pergunta o motivo de eles já estarem de volta.
- Temos problemas. - diz o elfo.
- Quais? - indagou o cavaleiro.
- Encontramos batedores elfos mortos enquanto íamos para a cidade. - respondeu o mago.
- Mas quem os matou? - Gunglain tornou a perguntar.
- Não tenho certeza, mas creio eu que foram criaturas mágicas. - Azhara tornou a responder.
- Se aqueles foram atacados, quem não nos garante que os outros também não estejam mortos? Eles fazem parte da guarda do reino. - Eilen alertou. - Se a guarda não está defendendo a cidade, ela pode ser invadida.
- Teremos que investigar para podermos tirar conclusões mais concretas. - falou o mago.
- Concordo. Mas como faríamos isso? - perguntou o espião.
- Vamos nos dividir e cada um investiga um local. Marcamos o acampamento como ponto de encontro.
- A ideia é boa, mas vocês esqueceram de um detalhe: eu não posso ser vista por elfos. - Arcanya pronuncia-se pela primeira vez.
- Eu já pensei nisso. Todos estão de acordo? - Azhara perguntou e recebeu como reposta acenos positivos.
    Com todos preparados para a missão, o mago recita palavras arcanas e toca em Arcanya, deixando a jovem invisível. Cada um segue um caminho distinto com o objetivo de colher informações sobre o ataque aos batedores.
    Aproveitando-se de sua invisibilidade, a meio elfa começa a seguir rastros que encontra pela floresta e muitos eram de pés humanos, mas ela percebe que alguns são de elfos. Mesmo não tendo convivido com eles, ela sabe que não é comum eles deixarem rastros. A mestiça continuou em suas buscas e encontrou mais corpos dos batedores, porém um pouco mais distante ouviu vozes. Não hesitou em ir e vê um grupo de mercenários atacando um jovem elfo que parecia ser mago, pois tentava se defender usando algum truque. Arcanya pensa se deveria ajudar pois sabe que seria arriscado se ela fosse descoberta por ele, sua vida estaria em risco. Pensou por um curto espaço de tempo antes de tomar sua decisão.
- Por que vocês não enfrentam alguém a sua altura? - ela disse aproveitando-se de sua invisibilidade. Os mercenários estavam atônitos e olhavam para todos os lugares. O elfo parecia surpreso.
- Quem disse isso? - um dos mercenários falou.
    Arcanya não respondeu e foi para o ataque bradando suas espadas. O rufiões tentavam a todo custo acertá-la mas não sabiam de onde vinham os golpes. O elfo, aproveitando da confusão, se afastou um pouco mais. A patrulheira investia contra os mercenários com tudo, aproveitando que estava invisível, fazendo a derrota deles algo iminente. Com a derrota deles, o elfo procura a quem agradecer, olhando para todos os lados.
- Muito obrigado por me ajudar. Como se chama? - o elfo olhava para qualquer direção.
- Você estava precisando. Me chamo Arcanya. E você? - ela se coloca quase que de frente para ele.
- Johann. Preciso voltar para Ethruria, só que não tenho condições de voltar sozinho. 
- Posso lhe ajudar. - porém o que ela não imaginaria acontecer era o efeito da invisibilidade acabar na frente do outro. Ele arregala os olhos ao ver a meio elfa “aparecer” na sua frente e ela abaixa a cabeça. - Se ainda quiser a minha ajuda... - murmura.
- Por enquanto é melhor ter a sua companhia do que ser atacado por mercenários. Vou fazer de conta de que não a conheci.
    Os dois seguiram até as proximidades dos portões principais da cidade. Arcanya parou e Johann seguiu em frente. Assim que ele chegou aos portões do castelo, ela virou e seguiu o caminho de volta, mas ele a observou antes de passar pelo portão.
    No acampamento, o restante do grupo aguardava ansiosamente a volta de Arcanya, pois ela estava demorando além do normal e temiam que ela estivesse com problemas. A espera deles fora sanada quando a meio elfa surgiu sem nenhum arranhão grave e pedindo desculpas por ter se atrasado. Todos conversaram sobre os corpos que haviam encontrado em suas buscas e a patrulheira acrescentou ao seu relato o seu encontro com os mercenários e Johann.
- Mercenários! - Gunglain falou.
- Eles não estão agindo sozinhos, pois percebemos que o ataque ao batedores não fora feito por mãos humanas. - Azhara afirmou.
- Vamos atrás de onde esses mercenários estariam se reunindo? - perguntou o cavaleiro.
- Não vejo outra saída. - respondeu o mago.
    O grupo rumou para o interior da floresta na esperança de encontrar respostas que esclarecessem o mistério. Arcanya, como uma boa patrulheira, estava a busca de qualquer rastro e achou um que levava a um ponto mais distante. Virou-se para os seus companheiros e comentou. Azhara sugeriu que ela fosse sozinha o mais próximo possível, pois além de ser mais furtiva que ele, sabia interpretar os rastros deixados. A mestiça concordou e foi para onde os rastros seguiam.
    Uma música suave ela começou a ouvir enquanto caminhava em direção dos rastros e não tardou para que ela visse quem era seu executor. A sua frente estava um sátiro tocando majestosamente uma flauta. Ele havia tentado encantar a jovem, mas algum motivo maior não a vez cair no truque. O sátiro guardou a flauta e se aproximou de Arcanya.
- O que essa jovem bonita deseja?
- Segui seus rastros, achando que encontraria o local onde os mercenários se reuniriam.
- Ah sim. Garrick Olho da Morte estava atrás dos rastros deles e dos orcs que os acompanham.
- Orcs? Isso é mais complicado do que eu pensava. Mercenários, orcs e criaturas mágicas juntas?! O reino de Ethruria não vai resistir ao ataque.
- Bom, é o que parece. Mas acho que há um jeito de ajudá-los... - e o sátiro fez uma expressão divagadora.
- Qual?
- Há rumores que no centro da floresta há uma estátua de um grande mago elfo. Esta estátua está sob a guarda de uma criatura conhecida como beholder. Talvez derrotando a criatura a estátua informe algo.
- Hum... - a jovem ficou pensativa antes de continuar a falar – Bom, se essa for a alternativa...
    Arcanya nem se despediu e voltou apressada para perto dos companheiros. Relatou a conversa que teve com o sátiro, realçando o fato dos orcs e do beholder. Azhara ponderou que a criatura era esperta e difícil de enfrentar, o que fez aquietar os ânimos de Marlus, que já estava ansioso para lutar.
- Não é fácil derrotá-lo. - afirmou Azhara.
- Tens algum plano? - indagou Gunglain.
- Eu serei nulo num combate direto contra a criatura, devido ao olho central criar uma área anti magia.
- Ah que maravilha! - Marlus falou ironicamente e sentou-se no chão. Arcanya deu um tapa em seu ombro e com o dedo indicador sobre os lábios pediu silencio ao bárbaro.
- Continuando... - o mago retomou a palavra – o que planejo é o seguinte: vocês, com suas habilidades, distraem a criatura e se possível a derrotem. Enquanto isso eu chego até a estátua e a retiro dali teleportando-a para o local onde nós anteriormente havíamos montado acampamento.
- Por curiosidade... e se não conseguirmos derrotar a criatura? - perguntou Eilen, que até então estava calado.
- Se eu tiver exito na minha parte, sugiro a vocês que fujam. Caso todos falhem... - Azhara olha para cada um antes de continuar – Prefiro não pensar no que pode acontecer.
    O grupo permaneceu parado e pensativo antes de partirem para o local indicado pelo sátiro. Antes mesmo de chegarem no objetivo, eles foram interceptados por dois elfos que reconheceram Eilen no grupo.
- O que faz com eles, Eilen? - um dos elfos perguntou a ele.
- Nesse momento estamos indo ao centro da floresta para encontrar a estatua do sábio elfo, para, quem sabe, conseguir informações sobre as mortes dos batedores do reino. - Eilen respondeu ao seu indagador.
- Esse também é o nosso destino. - tornou a falar o mesmo elfo.
    O outro elfo olhava para cada rosto dos outros integrantes do grupo até parar no de Arcanya. A jovem estremeceu levemente com aquele olhar fixo e sério sobre ela. Ele tocou no braço do outro elfo e ambos voltaram a atenção para a patrulheira antes de começarem a caminhar.
- Se vocês quiserem seguir conosco sugiro que ela coloque o capuz de sua capa. – um deles se virou e apontou para a mestiça. Eilen balançou a cabeça num gesto positivo e Arcanya prontamente cobriu a cabeça com o capuz
    Prosseguindo a passos largos, o grupo não tardou a chegar ao local onde se encontrava a estátua e o beholder. Azhara passou as instruções para grupo e todos ouviram atentamente. O mago, então, recita algumas palavras arcanas e toca em seu peito, tornando-se invisível. Enquanto o arcano se dirige para onde está a estatua, os outros preparam o ataque. Os elfos seguiram na frente, seguidos de Arcanya, Marlus e Gunglain. Se separaram na intenção de atacar de todos os lados e evitar assim um contra -ataque
    Eilen e Arcanya preparam seus arcos e lançam flechas contra a criatura enquanto os outros dois elfos, Marlus e Gunglain investem num ataque corpo a corpo. O beholder foi pego de surpresa com os ataques combinados e mesmo quando tentou desferir um contragolpe não obteve sucesso, perecendo em seguida.
    Com a criatura morta, os outros reúnem-se em frente a estátua e os elfos fazem uma mesura a figura petrificada. Minutos depois o mago reaparece, olha ao redor e vê a criatura morta, suspirando aliviado. Os elfos, que antes estavam curvados perante a estátua, viram-se e um deles começa a falar.
- Este que vocês veem é um grande mago e membro do conselho de Ethruria. Seu nome é Tessan. Nós viemos em missão para descobrir seu paradeiro. -  e fixou seu olhar em Azhara – Mago, há algo que possamos reverter o estado atual dele?
    Por um momento o mago humano hesitou do pedido feito pelo elfo, mas lembrou-se que ele também precisava do sábio. Então revirou a sacolinha que trazia presa a cintura e encontrou aquilo que procurava: o pergaminho que havia ganho de Viviane contendo uma magia que revertia petrificação. Com o pergaminho em mãos, Azhara vai até o sábio e começa a ler o que estava escrito. Aos poucos, o que era pedra ganha vida e o sábio desperta lentamente, respirando o ar ao seu redor. Os elfos se aproximam dele e fazem uma pequena reverencia. Tessan agradece e pergunta quem desfez o efeito da petrificação e Eilen aponta para o arcano humano, que faz uma pequena mesura.
- Creio que seja melhor conversarmos em Ethruria. - diz Tessan – Por favor, deem as mãos. - e então ele conjura uma magia de teleporte, levando todos ao reino elfico.

4 comentários:

  1. Nota: deixar a rainha longe de bebidas.

    E me ensinar a separar pegadas humanas de elficas!

    CHibi- Ahhh! o capítulo foi ótimo~ A rainha em ação, um satirozinho ali (Nárnia meu~)... menos a parte que teve briga e uma lei que meio-elfos morrem, mas...

    fácil derrotar o guardião, nee? Mesmo com quinze, em um jogo, o pessoal tem muita dificuldades para isso... - Apanha.

    Chibi- Ehhh viva o teleporte~ E pobres elfos batedores...

    E vamos lá!! - Atira e mata dez Orcs. - Ahaha!! Legolas que me inveje!! - Apanha de novo.

    Inté~

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  2. Chibi, a rainha nao bebe mais, só sucos e agua. Nada de bebida alcoolica. Ah e quanto a amprender a rastrear é so se candidatar a ser patrulheira que aprende.
    ah o satiro... ehehehe ele tentou enfeiticar a Arcanya mas ela foi mais forte e nao caiu no truque.
    Vc acertando isso td de orcs? vou recrutar pro exercito de Ethruria.
    Aguarde até o proximo capitulo.

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  3. Eba, mais uma fase da história


    vou acompoanhar a cada post ^^


    bjaoooooo

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  4. Valeu *-* Em breve continuação das aventuras de Contos Eloranos.

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Não se acanhem. Deixem um comentário que lerei com carinho =)