sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conto 02: A invasão dos orcs (Parte 02)

Resumo: "Para combater os ataques dos orcs, os tesouros da família real de Ethruria devem ser usados. Somente aquele que passar no teste será digno de usá-lo. Arcanya candidatou-se com a esperança de conseguir."
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Curiosidade do capítulo: Aposentos fortificados é uma outra forma de dizer prisão

O teste de realeza

Ao chegar em Ethruria, os aventureiros ficaram hospedados na mansão do sábio Tessan, com exceção dos elfos. Além de descansarem e recuperarem suas energias, aqueles que tinham algum tipo de ferimento receberam cuidados especiais das enfermeiras que habitavam o local.
Algum tempo depois, um dos criados da mansão adentra a sala e diz que seu mestre gostaria de conversar a sós com Azhara, se retirando em seguida. O mago humano olha para seus companheiros e sem entender o motivo dessa convocação vai ao encontro do sábio. Ao chegar nos aposentos de Tessan, o humano é convidado a sentar-se em um poltrona perto do elfo.
- Encontramos batedores do reino mortos. E não foi obra de criaturas comuns e nem humanas. - o mago humano tomou a palavra.
- Já estou ciente de tais fatos, assim como da iminente invasão dos orcs ao reino. - o sábio olha para o humano com um ar preocupado.
- Há algum jeito de evitar esse ataque?
- Sim, se utilizarmos os tesouros reais de Ethruria.
- Quem pode utilizar tais tesouro? - Azhara estava curioso e sua mente ansiava para saber dos detalhes.
- Aquele que passar no teste real para se tornar rei. O teste consiste em resgatar os tesouros reais, mas a busca não é fácil. Muitos falharam desde que a rainha Vershala desapareceu, por isso Ethruria passou a ser governada pelo Conselho de Sábios do qual eu faço parte.
- E quem pode se candidatar ao teste?
- Qualquer um que tenha sangue élfico. Primeiramente só os da nobreza tiveram acesso ao teste, mas eles falharam. Então foi aberto a todos os elfos do reino aptos a enfrentar o teste. - após terminar a frase, Tessan nota que o humano coça o queixo como se pensasse em algo. - O meu relato lhe intriga?
- Em nosso grupo há uma excelente patrulheira e acho que ela está apta a fazer o teste. Sangue élfico ela tem porque ela é mestiça, só não sei se aceitariam ela devido... - Azhara foi interrompido por Tessan.
- Percebo que sabe da lei contra os meio elfos. Não vou me opor a isso, ela tem sangue élfico e terá a chance de fazer o teste, se ela aceitar. Mas algo me intriga, mago. O que trouxe vocês a Ethruria?
- Queremos ter acesso a biblioteca real para pesquisarmos sobre a existência de um tridente do qual parte dele temos posse.
- Hum... - Tessan coça o queixo – Bem, se nos ajudar a defender a cidade lhe garanto o acesso a biblioteca. Lhe interessa? - Ao apresentar a proposta, o elfo fez o humano pensar um pouco antes de dar a resposta final.
- De minha parte está aceito. Preciso expor essa ideia aos outros.
- Mestre, preciso falar com você. - um jovem elfo trajando roupas de mago entra na sala. Para ao ver Tessan e Azhara conversando. - Eu não sabia que estava acompanhado. Volto mais tarde.
- Não se preocupe rapaz. Já estou de saída. - o humano se levantou e foi até a porta. - Com licença. - e saiu, deixando os dois elfos conversarem a sós.
No quarto onde o grupo estava acomodado, Gunglain usava de seus galanteios para as elfas que estavam cuidando deles e instigava a Marlus fazer o mesmo. Arcanya apenas olhava e balançava a cabeça negativamente. Não demorou muito para que Azhara chegasse e também presenciasse a mesma cena. Com educação ele pediu para que as jovens elfas se retirassem, o que fez com que o cavaleiro reclamasse. O mago não deu atenção aos protestos do outro e começou a falar sobre a conversa que tivera com o conselheiro, enfatizando a ideia de ajudar o reino.
- Arcanya, qual sua opinião sobre o teste real? - indagou o mago.
- Não sei. Tantos outros falharam, se eu falhar também? - respondeu a mestiça.
- E se você passar? Você poderá mudar muita coisa.
- Mas se eu falhar o ódio contra os meio elfos aumentará.
- Pense Arcanya. - a meio elfa concordou com a cabeça e Azhara finalizou a conversa.
Não tardou muito para que um outro criado entrasse no quarto e dissesse que mestre Tessan queria ver a jovem patrulheira. Arcanya olha espantada para o criado que já ia saindo do recinto. Sem entender o motivo da convocação, a mestiça se levanta, ajeita o capuz sobre sua cabeça e se dirige aos aposentos do sábio elfo. Ela bate algumas vezes na porta antes obter a permissão para entrar.
- Sente-se jovem. - o elfo apontou a poltrona defronte a ele. A jovem sentou-se e tornou a ajeitar o capuz que teimava em querer revelar quem ela era. - Em minha casa você não precisa esconder-se por debaixo de um capuz.
- Mas... é... que...
- Eu sei quem você é, meu aprendiz Johann me falou de ti. - dito isso a meio elfa fica sem outra opção senão concordar em tirar o capuz. Ao revelar-se, causa um espanto no olhar do sábio e este depois exibe um sorriso. - Você é muito parecida com sua mãe.
- Minha mãe? - Arcanya o olhou incrédula – Você conhece a minha mãe?
- Sim. Tristania Fio de Prata foi minha melhor aprendiz. Também era a heroína do nosso povo e general do nosso exército, todo elfo de Ethruria tinha orgulho em falar dela. - Tessan percebe que a jovem está interessada em seu relato.
- Onde está minha mãe? Sabino não me disse onde encontrá-la, na verdade ele não me deixava sair da floresta onde morávamos.
- Infelizmente, sua mãe está morta. Ela sacrificou a vida para que você e Sabino fugissem daqui vivos. É preço que ela pagou por infringir a lei de Ethruria. - o sábio proferiu essas palavras com pesar.
- A lei contra os meio elfos. - a patrulheira olhou para suas mãos antes de voltar o olhar para o elfo - Mas se ela era sua aprendiz, por que não ofereceu abrigo? Provavelmente deve ser a favor dessa lei.
- Não é assim tão fácil, minha jovem. Se eu oferecesse abrigo a ela, talvez hoje essa conversa não existisse. E não sou a favor da lei, pois ela foi interpretada errada. Um dia você entenderá.
- E eu tenho outros parentes? Tios, primos...
- Seus tios moram mais afastados do centro de Ethruria. É justo que você os conheça e eles saibam que a sobrinha deles está viva. Vou levá-la até lá.
- Muito obrigada.
O elfo levantou-se e chamou algum criado, dando-lhe ordens para arrumar sua carruagem. A mestiça ajeitou o capuz sobre sua cabeça e aguardou o momento de sair. Quando o criado retornou avisando que estava tudo pronto, os dois seguiram para a carruagem e partiram rumo a residência da família Fio de Prata.
Ao chegarem na casa, foram recebidos pelo criado e acomodados numa sala de estar. O local, apesar do aspecto nobre, exibia um ar sombrio e atraia o olhar curioso da jovem patrulheira. Não tardou muito para que Gwydion chegasse e cumprimentasse o sábio, olhando estranho para Arcanya, que estava sentada mais atrás.
- Qual a honra da sua visita sábio conselheiro? - falou o elfo mais jovem.
- Ah caro Gwydion, vim lhe trazer uma pessoa para que conhecesse. - e com as mãos pediu para que a meio elfa se aproximasse. Ela se aproximou dos dois e retirou o capuz. Gwydion arregalou os olhos surpreso.
- Não pode ser! - o elfo cavaleiro exclamou.
- Sim. Sou Arcanya, filha de Tristania Fio de Prata.
Gwydion ainda olhava incrédulo para a sobrinha, mas lágrimas teimavam em querer escorrer por seu rosto. Ele não acreditava que o bebê que sua irmã dera a luz há mais de vinte anos estava ali vivo. Limpando as lágrimas com dorso da mão, ele abraça a mestiça com força. 
- Lara! Lara! Vem aqui! - ele chamava pela irmã.
Não demorou muito para que uma elfa, um pouco mais nova que Gwydion, entrasse na sala. Ela olha a cena e abafa um grito de surpresa com a mão. Depois se junta ao irmão e abraça a sobrinha.
- Fico feliz em poder conhecer vocês. - Arcanya falou.
- Nós também. Achávamos que estava morta. Você é um pedaço de nossa irmã. - Lara concordou. - Apenas sabíamos que Sabino havia levado você daqui, mas não tínhamos certeza se estaria viva ou morta. Não fomos atrás pois podíamos ser punidos, tal qual foi sua mãe.
- Já nos bastava o que nos aconteceu por ela ter gerado um mestiço, o prestígio que perdemos. - Gwydion fala com rancor, fazendo com que Arcanya esboçasse uma reação tristonha. Lara, para reparar o acontecido, dá uma leve cutucada nele. - Desculpe. - o elfo falou.
- Eu que me desculpo por todo transtorno que causei a vocês. - desculpou-se a patrulheira.
- Você era apenas um bebê, nada tinha a ver com isso. - Lara segurou a mão da sobrinha. - Creio que você queira ver sua mãe.
- Eu quero. - a mestiça assentiu com firmeza.
Lara levantou e pediu que Arcanya a acompanhasse. Gwydion também se dirigia para a companhia da irmã, mas antes convidou Tessan para acompanhá-lo. O sábio rejeita o convite alegando que era um momento familiar e o cavaleiro elfo segue seu rumo com a irmã e a sobrinha.
Minutos depois eles chegam a um aposento mais ao fundo da propriedade. Era o mausoléu da família e neste local estava enterrado o corpo de Tristania Fio de Prata. Lara abriu os portões do local e entrou, seguida de Gwydion e Arcanya. Eles pararam defronte para o túmulo e a meio elfa ajoelhou-se.
- Mãe, eu não pude conhecê-la, mas a agradeço. Agradeço por hoje está aqui ajoelhada ao seu túmulo lhe pedindo perdão. Perdão pelo fato de você ter se sacrificado para que eu vivesse. Prometo que seu sacrifício não será em vão. - enquanto dizia essas palavras, lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Os irmãos Fio de Prata apenas assistiam a cena, sem interferir em nada. Alguns minutos de silencio precederam antes da patrulheira levantar-se e pedir para que voltassem para junto de Tessan. Ao chegarem na sala de estar, todos se acomodam nas poltronas e Arcanya se pronuncia:
- Tessan, eu soube por Azhara a respeito do teste real de Ethruria. - a jovem faz uma pausa para respirar profundamente. - Disse a ele que pensaria antes de dar a resposta. Pois bem, estou pronta para o teste. - Os irmãos a olham incrédulos, mas o sábio deixa um sorriso transparecer em seu rosto.
- Possui armas? - Gwydion pergunta e a meio elfa mostra suas espadas e o arco que traz consigo. O elfo as olha e vira para a irmã. - Lara, analise as armas dela. Minha irmã é maga com poderes de adivinhação. Saberá se suas armas estão prontas.
- Arcanya, pode me passar as suas armas? - a elfa estendeu as mãos e a mestiça lhe entregou as armas. Lara as olhou com profundo interesse por algum tempo e as devolveu para a sobrinha. - Você não terá chance alguma no teste se usá-las. - as palavras ditas pela adivinha frustrou as esperanças da jovem.
- Eu lhe empresto a minha espada. - Gwydion desembainha uma belíssima espada toda trabalhada e entrega a mestiça. - Faça bom uso dela.
- Está pronta? - indaga o sábio a Arcanya.
- Sim. - a jovem responde convicta.
Eles se dirigem a carruagem e se deslocam para o local onde seria realizado o teste real. O local era bem afastado do centro do reino, um bosque onde parecia não haver vida alguma e uma trilha que levava a um pequeno monte que contrastava com o bosque: lá havia vida, o verde vibrava. Assim que a carruagem parou, Arcanya desceu e olhou ao redor. Por um momento ela havia sentido medo, mas não fraquejou e seguiu em frente. Da carruagem, Tessan e seus tios torciam para que tudo terminasse bem.
Arcanya seguia pela trilha atenta a qualquer coisa que surgisse. E não demorou muito para que fosse interceptada por um animal: um tigre dentes de sabre. Ela se aproxima dele sem demonstrar medo e com toda tranquilidade sussurra palavras para acalmar o animal. O tigre demonstra uma reação amistosa e obedece a patrulheira quando a mesma pede para que retire-se da trilha.
Ao final da trilha estava o sopé do monte e no topo, o local dos tesouros reais. A primeira vista parecia o trajeto ser tranquilo de percorrer e a meio elfa não hesitou em fazer o percurso. Porém uma voz sombria a interrompeu.
- Vou matá-la sua mestiça maldita!
A patrulheira olhou ao seu redor com a espada que seu tio havia lhe emprestado em punho. De imediato nada viu, mas não tardou para algo etéreo aparecer na sua frente. Arcanya estava defronte a uma banshee que repetia inúmeras vezes que iria matá-la. A meio elfa sabia que teria que passar por ela para alcançar o monte e assim pegar os tesouros reais de Ethruria. Ela não sabia como passar pela criatura e precisou de um curto tempo para tomar uma decisão. Revirando a pequena sacola que trazia presa a sua cintura, acha um pergaminho e começa a lê-lo. Uma aura invisível a envolve e faz com que a banshee se afaste. Esse era o momento propício para pegar os tesouros.
Desviando-se da criatura, Arcanya segue pelo monte até o local onde as relíquias reais se encontravam. O tesouro da família real de Ethruria era composto por um arco, dez flechas, um par de botas, uma espada, uma capa, um cajado e um pergaminho. A patrulheira tomou posse de todos os itens e desceu em direção a trilha, seguindo sem ser interferida pela banshee pois ainda estava sob os efeitos mágicos que o pergaminho havia lhe concedido. Ela poderia prosseguir no caminho com os tesouros, mas resolveu enfrentar a criatura utilizando duas relíquias: o arco e as flechas. A mestiça pega um das flechas na aljava e o arco, erguendo e atirando a flecha contra a ela. A banshee recua com o primeiro golpe recebido e a jovem já prepara um segundo ataque, erguendo o arco e atirando em seguida. A segunda flecha também acertou, fazendo a criatura se contorcer e quando recebeu a terceira flecha, ela se desfaz.
Com a banshee derrotada, a patrulheira retorna pela trilha até o local onde estava a carruagem. Ao chegar é recepcionada primeiramente por Tessan e depois pelos seus tios. Ela mostra os tesouros para o sábio e ele afirma que são os da família real, parabenizando-a pela conquista, curvando-se em seguida numa gesto de respeito, repetido pelos tios. A jovem fica sem graça com tais gestos e pede para que se levantem, prontamente atendida por eles.
- Vamos voltar para o castelo, mostrar os tesouros reais ao conselho e eles lhe afirmarem como rainha de Ethruria. - Tessan falou. Todos concordaram e entraram na carruagem.
Quando se aproximavam do centro de Ethruria, Ki-Lin veio de encontro a carruagem e Arcanya desceu para fazer um afago em seu unicórnio. Tessan a aconselha montá-lo e exibir os tesouros de Ethruria enquanto segue ao castelo do reino. A jovem concorda e monta no unicórnio, seguindo a frente da carruagem.
Alheios ao que estava acontecendo com a meio elfa, seus companheiros de aventuras faziam coisas para se distraírem. Azhara estudava alguma coisa dentro do aposento onde ele e os outros haviam sido instalados. Marlus percorreu o entorno da mansão de Tessan a procura de alguém para desafiar, pois estava a fim de exibir suas habilidades. Gunglain preferiu deixar a mansão e conhecer mais Ethruria, caminhando em seu centro. Ele perguntava a um e a outro os melhores lugares do reino a se visitar. Numa dessas conversas, o cavaleiro percebe uma comitiva seguindo para o castelo, reconhecendo Arcanya e seu unicórnio.
- Parece que sua amiga conseguiu passar no teste. - disse uma jovem elfa que estava ao seu lado.
- Ao que me parece sim. - concorda o cavaleiro, despedindo-se em seguida e indo para o castelo.
Ao chegar no castelo, Arcanya desmonta de Ki-Lin e segue para o salão principal, encontrando no local o Conselho de Sábios do reino. Tessan a acompanha e comunica aos seus colegas que ela havia passado no teste real. Eles pedem a meio elfa que lhes entregue os tesouros para averiguarem se eram verdadeiros e ela atende ao pedido. Depois de alguns minutos analisando, eles confirmam que são verdadeiros, o que leva um dos conselheiros a um acesso de raiva.
- ISSO É MENTIRA! MENTIRA! ESSES TESOUROS SÃO MEUS! MEUS! - um dos sábios grita insanamente, inconformado do fato de Arcanya ser legitimada como rainha. Ele tenta atacar a mestiça, mas Tessan intervem conjurando uma magia que faz com que o outro sábio caia morto.
- Mas... - a jovem não conseguia entender o ato do outro sábio.
- Ele também tentou o teste real e conseguiu passar, mas os tesouros o rejeitaram porque ele não possuía bondade no coração. Ele não aceitou esse fato e só o mantivemos no conselho devido a ele pertencer a nobreza. - explicou Tessan.
- Vossa majestade. - um humano com vestes de mago entra no salão principal e faz uma reverência.
- Azhara. - Arcanya exclama e percebe que além do mago, Gunglain e Marlus também entram no salão e fazem a mesma reverência. A meio elfa fica sem graça. - Ei vocês não precisam disso, são meus amigos.
- Precisamos apresentá-la aos súditos. Eles devem conhecer a nova rainha deles. Levem-na até a varanda do castelo e a apresentem aos súditos. - disse um dos sábios do Conselho.
Tessan a leva até a varanda e a apresenta aos súditos, recebendo deles saudações vibrantes. Os moradores de Ethruria estavam felizes com a nova rainha. Arcanya acenava sem ao menos saber o que estava fazendo ao certo, retribuindo o carinho que estava recebendo. O sábio pede licença a todos para a rainha se retirar, pois ela iria se preparar para as festividades de coroação que iriam ocorrer a noite. Feito isso, os dois se retiram e os preparativos começam.
Enquanto isso, na entrada principal da cidade, os guardas da cidade tentam impedir a entrada de uma jovem humana. Ela alegava que vinha em nome de um nobre para dar um recado a rainha, porém a historóa contada não fazia com que os guardas acreditassem e mantinham-se de pé impedindo sua passagem.
- Bom senhorita, mostre o brasão do nobre que lhe enviou. - um dos guardas pergunta num tom zombeteiro.
- É... bem... - a humana não sabia o que falar.
- Então senhorita. - o outro guarda a segura pelo braço – Nos acompanhe até seus “aposentos fortificados”. - e com a ajuda do outro levam a jovem humana para o castelo.
No castelo, os preparativos da cerimônia de coroação estão bem agitados, com os criados correndo de um lado para o outro. Arcanya estava recolhida em seus aposentos reais, nervosa com tudo o que estava acontecendo. Azhara e Marlus resolveram voltar para a residência de Tessan a fim de se prepararem e Gunglain preferiu passear pelo castelo. Em seu passeio, ele presencia a chegada de dois guardas com uma jovem e reconhece a jovem como aquela que já lutara ao seu lado anteriormente. O cavaleiro se aproxima deles.
- Fernanda! O que faz aqui? - Gunglain pergunta a jovem. Quando ela intencionou a responder, é interrompida por um guarda.
- Ela estava tentando entrar escondida. - o guarda olha sério para o cavaleiro – O senhor a conhece?
- Ah sim, a conheço. - e soltando a mão do guarda do braço de Fernanda – Ela gosta de fazer esse tipo de brincadeira. - e ao terminar puxa a jovem para perto de si. Os guardas ainda tentam argumentar algo, mas nada conseguem, retirando-se em seguida.
- Muito obrigada. - Fernanda agradece, enquanto tira as mãos de Gunglain de seu braço.
- Espero que não apronte mais nada, pois posso não ajudar. Aproveite o baile de coroação de Arcanya e divirta-se. - despedindo-se de Fernanda e saindo do local. Fernanda, vendo-se sozinha, resolve circular pelo castelo.
A noite, tudo estava preparado. O salão do trono real estava decorado e recebia os nobres locais. Os conselheiros estavam presentes ao lado do trono. Azhara, Marlus e Gunglain estavam misturados entres os nobres e Fernanda não estava ali presente. No quarto, Arcanya estava aos cuidados das criadas, ajudando-a com o vestido e o cabelo. Ela deveria estar impecável para a cerimônia.
Não demorou muito para que Arcanya entrasse no salão, acompanhada de Tessan que a leva até o trono. Um dos conselheiros segura a coroa e entrega ao sábio, este fala algumas palavras aos convidados e passa a coroa para as mãos da jovem, que a coloca. Uma salva de palmas se espalha pelo salão e só diminui quando a rainha começa a falar.
- Meu primeiro ato como rainha de Ethruria é acabar com essa lei que dá pena de morte aos meio elfos. - a reação de todos foi o silêncio absoluto com tais palavras ditas por Arcanya e alguns cochichos eram ouvidos. Segundos se passaram até que palmas fossem ouvidas e outras se juntando até que todos estavam aplaudindo a jovem soberana.
Após o discurso, o baile de coroação teve inicio. Alguns formavam pares para dançarem, outros, como a rainha e Azhara, ficavam apenas observando. Marlus tentou dançar com alguma elfa, mas sua inabilidade não permitiu e ele preferiu apenas observar. Gunglain, ao contrario do outro, conseguia encantar as jovens e cada instante dançava com uma elfa diferente. Mais ao fundo do salão, não interessada em dançar, estava Fernanda. Ela observava os convidados de olho nas riquezas que possuíam, circulando entre eles. Ao andar pelo salão, desviando de alguns casais que estavam dançando, ela esbarra em Gunglain.
- Gostaria de me conceder uma dança? - disse o cavaleiro galanteando a jovem, esta aceita o convite.
Gunglain segurou a mão da jovem e a levou para o centro do salão, puxando-a para perto de si. Enquanto dançavam abraçadinhos, no embalo da música lenta que tocava naquele instante, Fernanda, utilizando-se dos seus talentos ladinos, enfia a mão na sacolinha que o cavaleiro trazia preso a cintura e pega, sem ele perceber, uma gema preciosa. Ao fim da música, a ladina agradece e vai embora, se misturando entre os convidados.
O clima da noite continuou ameno e animado, contrastando com o que aconteceria no dia seguinte. Os orcs estavam próximos, mas agora os elfos tinham uma nova líder para guiá-los na batalha.

2 comentários:

  1. Chibi- AHHHHHH!! Realmente!!! A coroaççao da rainhaaa!!

    Bem, eu achava que os tios iriam ficar desconfortáveis por verem ela, mas parece que não foi assim xD

    E realmente foi tão fácil assim, Nina? - Apanha do tigre.

    Nosa, equipamento inteiro o.o

    Fernanda!! Até que enfim um nome português! (?)

    Ahh~ ela parece bem feliz~

    E é isso ai, morte aos opositores... - Apanha.

    Nee~ Espero ansiosa o próximo~ Inariii!!!

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  2. Foi fácil porque uma das habilidades de ranger é justamente fascinar animais. Mas dificuldade não faltou nas mesas seguintes.

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Não se acanhem. Deixem um comentário que lerei com carinho =)