Resumo: "Foi preciso em torno de dois anos para que Azhara reconstruísse o livro e coletasse as informações a respeito do tridente. O grupo, com as intruções da obra literária, segue rumo a uma cidade submersa, outrora capital dos reinos marinhos. Algumas supresas esperam nossos heróis na jornada ao fundo do mar.".
A cidade submersa
Alguns
dias se passaram até que Gunglain e Marlus retornassem a Ethruria a
pedido da rainha. Estavam animados com a noticia de que enfim
poderiam encontrar a parte que faltava do tridente.
Enquanto atravessavam a cidade em
direção ao castelo, uma voz feminina chamou por Gunglain. O
cavaleiro voltou-se em direção de quem o chamava e viu uma jovem
elfa parada em frente a uma casa localizada próxima a praça
principal. Ele a reconheceu assim que a viu: era uma das jovens com
quem havia “flertado” na festa de coroação da rainha.
- Gunglain. - a jovem tornou a chamá-lo.
O cavaleiro pede para que Marlus siga
para o castelo e vai ao encontro da elfa. Com uma expressão
indagativa no rosto, o humano tentava se lembrar do nome da jovem a
todo custo. Ele sabia que as mulheres não gostavam de ter seus nomes
trocados, mas como havia conhecido tantas outras durante sua estadia
em Ethruria, o nome dela estava difícil de ser lembrado.
- Nimue? - perguntou o cavaleiro na esperança de ter acertado. A jovem percebeu que ele havia por um momento esquecido seu nome, mas nada falou sobre.
- Queria conversar com você. Poderíamos entrar? - Nimue aponta para a porta aberta da casa.
- Agora não posso, fui convocado a comparecer no castelo. São ordens da rainha, não posso me atrasar.
- Eu não pretendo tomar muito do seu tempo. Por favor, entre. - a jovem parecia suplicar para que o cavaleiro entrasse em sua casa.
- Fica para a próxima, prometo recompensá-la pela espera. - Gunglain dá uma piscadela com o olho esquerdo e vai em direção ao castelo, acenando para a elfa que permanecia parada em frente à porta.
Nimue vê o cavaleiro partir, sentindo
um aperto no peito e com lágrimas nos olhos. O assunto sobre o qual
ela queria falar estava dentro da casa e emitia um choro baixo e
contínuo. A elfa limpa o rosto com as mãos e entra em seu lar,
pegando o bebê mestiço em seus braços.
- Seremos apenas nós dois, meu pequeno Dain. Ele não quer saber de nós. - Nimue dizia enquanto afagava os cabelos da criança.
No castelo, a guarda real avista o
bárbaro e o cavaleiro, que já havia o alcançado, comunicando a
rainha sobre a chegada dos humanos. Arcanya pede que eles sejam
encaminhados diretamente a sala do trono e ordena a um criado que
estava próximo a chamar Azhara e Tessan.
Não tardou muito para que Azhara,
Tessan, Marlus e Gunglain estivessem na sala do trono. A rainha pede
que se acomodem nas cadeiras que estavam próximas a uma grande mesa
que estava ali. Todos se sentam e reservam a cabeceira da mesa para
Arcanya sentar-se. Ela também dispensa a presença dos criados, pois
queria tratar o assunto em particular com eles.
- Como eu havia dito na mensagem que enviei a vocês, Azhara finalmente terminou com o restauro do livro. - a meio elfa para por um instante de falar e olha para o mago humano – Por favor, traga o livro a nossa presença.
O mago humano prontamente atende o
pedido da rainha e coloca o livro sobre a mesa, aberto na página
referente ao tridente.
- Se me permite vossa majestade, gostaria de tomar a palavra. - Azhara pede permissão a mestiça para falar.
- Claro. Você sabe mais desse livro do que eu. Não vejo pessoa melhor para falar dele.
- Pois bem. - o humano passava a mão sobre a página do livro – Esta é a página inicial do conteúdo referente ao tridente. É bem interessante o que está contido nessas páginas. Não estamos diante de um tridente mágico simplório e sim um artefato que pertenceu a um titã há séculos atrás.
- Quem seria esse titã? - Arcanya perguntou.
- Seu nome é Oceannus. A parte do tridente que possuímos pertenceu a ele e foi dado à sereias e tritões para que eles pudessem se defender dos ataques dos humanos aos seus reinos marinhos. - o arcano humano para o relato e volta o olhar para o texto contido na página que estava à mostra, como se procurasse algo que tivesse esquecido.
- Se esse tridente é realmente poderoso, eles ganharam a luta contra os humanos. - concluiu Marlus.
- Espere, ainda não terminei. - o mago pediu enquanto olhava atentamente o livro até achar o que procurava. Ele de súbito levantou o olhar e sorriu. - Achei! - exclamou, fazendo com que todos olhassem para ele, e retomou o relato. - Continuando com o que falava... O tridente estava trazendo vitória aos seres aquáticos, mas algo aconteceu. Um arauto de Elor, deus patrono dos humanos, conhecido como Aureus, interviu a favor de seus protegidos. Ele venceu o titã e o aprisionou numa cidade submersa, provavelmente a antiga capital dos reinos marinhos. Com a queda de Oceannus, o tridente passou para as mãos do arauto e o mesmo o destruiu, partindo-o em dois. Uma das partes é essa que nós encontramos naquelas ruínas.
- E onde estaria a outra parte? - Gunglain perguntou interessado.
- Está em algum lugar da cidade, o livro não diz o local exato. Talvez a parte do tridente que possuímos nos leve até o lugar correto.
- Ou até mesmo a Oceannus, se ele ainda estiver vivo. - a rainha complementou o raciocínio do mago humano.
- Também. - assentiu Azhara.
- Quando embarcamos? - Marlus perguntou, parecia ansioso para partir.
- Tenha calma, ainda precisamos abastecer a embarcação com provisões para que possamos fazer uma viagem tranquila. - a mestiça respondeu e voltou sua atenção ao arcano. - No livro há algum mapa para que possamos chegar até a cidade submersa?
- Sim. Quanto tempo acha que levaremos para providenciar tudo para a viagem?
- De três a quatro dias, não mais que isso. - respondeu a soberana. - Será necessário que eu leve alguma comitiva conosco?
- Minha rainha, eu creio que a senhora deva ficar aqui. - Tessan, que até então estava apenas ouvindo a conversa, se pronunciou.
- Eu quero ir! - retrucou a patrulheira.
- Ele tem razão, Arcanya. Você deve ficar e cuidar de seu reino. - ponderou o arcano humano.
A meio elfa cruzou os braços e bufou
irritada como fosse uma adolescente rebelde. Ela estava certa de que
deveria ir, pois havia participado do resgate da primeira parte do
artefato. Tessan olhou para ela e balançou a cabeça num gesto de
reprovação a atitude que ela estava tomando.
Os preparativos levaram em torno de
quatro dias e durante todo esse tempo a rainha tentava convencer seus
companheiros, principalmente Azhara, de deixarem ela os acompanhar.
Sua insistência foi tanta, que mesmo contrariado e com a
desaprovação do sábio conselheiro, o mago humano cedeu e concedeu
a permissão do embarque a Arcanya.
No inicio da manhã do quinto dia,
todos já estavam no porto para embarcar no galeão élfico. Tessan
também viera e trazia consigo Eloara. Arcanya se despediu da jovem e
pediu para que ela cuidasse do reino enquanto estivesse fora. Apesar
de irritado com a atitude infantil que a soberana havia tomado, o
conselheiro se aproximou dela e deu um forte abraço.
- Cuide-se. - disse o sábio antes de se afastar acompanhado de Eloara.
Após despedidas e aconselhamentos, o
grupo embarcou no galeão e o mesmo se preparava para partir. Quando
este ameaçava afastar-se da borda do pier principal, uma voz
feminina ecoou pelo porto. Os marinheiros que estavam no convés
olharam em direção a voz e viram uma jovem humana com as mãos
erguidas como se pedisse para que a esperassem. Um marinheiro avisa
ao capitão e este manda parar a embarcação. Gunglain, reconhecendo
o tom da voz, olha para fora do barco e exclama:
- Fernanda!
Os
outros olham para a jovem que vinha correndo até o galeão, enquanto
a tripulação baixava a ponte para que a humana entrasse na
embarcação. Ao entrar e chegar até o convés, Fernanda encosta em
um dos mastros
para descansar. Sua respiração estava acelerada por causa do
esforço feito para correr o mais rápido que podia até a
embarcação. Azhara a olhava com indiferença, desde o primeiro
contato com a ladina ele não sentia confiança nela.
A
viagem prosseguiu tranquila, com o mago ensinando o trajeto, de
acordo com o que estava escrito no livro, ao capitão. Em dois dias
estavam no local indicado como a cidade submersa.
- Chegamos. - Azhara avisou aos companheiros.
- Chegamos?! Como?! Só vejo água por todos os lados. - Fernanda indagou surpresa.
- Não entendi o motivo de sua surpresa. Estamos no local exato, como o livro descreveu. - retrucou o mago.
- Creio que ela esperava ver alguma coisa além do mar, alguma parte da cidade emersa. - explicou Arcanya e ao olhar para o horizonte teve a mesma sensação da ladina. - Se aqui é o lugar certo, como faremos para chegar em definitivo a cidade?
Todos
olharam para o mago aguardando a resposta da pergunta feita pela
rainha. Ele pensou um pouco antes de recitar algumas palavras arcanas
e tocar a si e a seus companheiros, com exceção de Marlus.
- E quanto a mim? Por que não me tocou? - perguntou o bárbaro.
- Precisamos de alguém para defender a embarcação e você é o mais indicado. - respondeu o mago.
Marlus
ainda tentou protestar contra, mas Azhara estava a coordenar a
descida dos outros companheiros. Contrariado, o bárbaro ficou a
olhar seus amigos desaparecem pelo mar.
Os
bravos guerreiros não tiveram dificuldades em respirar debaixo
d'água devido ao encanto que Azhara conjurou e nadaram até a
entrada do que parecia ser um templo. Ali não tiveram problemas para
respirar, mesmo quando cessou o efeito da magia.
O
pórtico de entrada estava em ruínas e ainda assim exibia a beleza
de outrora. Gunglain e Arcanya fizeram tochas com pedaços de
madeira que ali encontraram. O cavaleiro caminhou mais a frente
seguido de Fernanda e mais atrás estavam Azhara e a rainha. Todos
entraram juntos no recinto que exibia a escuridão em seu interior.
A
luz proveniente das tochas não era forte o suficiente para iluminar
bem o local, o que dificultava a visão da maioria, até mesmo para a
mestiça, que do grupo parecia ser a que melhor enxergava nessas
condições.
Ao
passarem pelo pórtico, eles chegaram ao que parecia ser um salão
nobre. Algumas figuras imponentes estavam talhadas nas paredes e
todas elas estavam em péssimo estado de conservação. Pareciam ser
divindades ou soberanos locais, pois muitas dessas imagens se
assemelhavam a sereias ou tritões.
Na
parede oposta a entrada, outras aberturas eram vistas. Todos
aproximaram até perceberem que eram acessos a três corredores tão
escuros quanto o próprio salão. Eles se entreolham sem saber qual
dos corredores seguir. Cada um dava um palpite diferente com exceção
de Arcanya que parecia prestar atenção ao redor.
- Fiquem quietos! - ela pediu aos companheiros. - Ouço passos. Passos apressados, mas ainda distantes de nós. Não sei bem ao certo de onde vem, mas eu creio que venha do corredor do meio.
Gunglain
foi o primeiro a entrar no corredor central, erguendo a tocha com uma
mão e a outra empunhando a espada. Fernanda foi logo atrás e trazia
em suas mãos adagas afiadas. Arcanya seguia ao lado de Azhara, ele
com o cajado em uma das mãos e a tocha na outra, ela com o arco em
punho. Por algumas vezes a ladina se adiantava em relação ao grupo
e ia furtiva detectando se havia armadilhas no local, desarmando-as
quando era necessário.
Os
passos que eles ouviram antes estavam cada vez mais próximos.
Gunglain pede para que Fernanda fique junto ao grupo e começa a
caminhar sozinho mais à frente. Quanto mais ele caminhava, mais os
passos alheios pareciam se aproximar. A aproximação foi tanta que
os passos, que vinham em direção oposta ao cavaleiro, se
encontraram com os do humano, acontecendo o choque de dois corpos. O
rapaz, por ser maior, apenas recuou uns passos. O outro, por ser
menor, caiu sentado no chão.
Gunglain
levou a tocha até o outro que estava caído e percebeu que se
tratava de um anão. Este, muito assustado, se erguia lentamente
olhando para o humano. O cavaleiro notou que ele trajava roupas de
sacerdote, provavelmente de uma divindade do panteão anão.
- O que faz aqui? - indagou o cavaleiro.
- Estou perdido. Eu e meus amigos nos perdemos quando, sem saber, abrimos um portal em nossa cidade. Quando eu me dei conta estava aqui sem a companhia deles. - respondeu o anão. - Mas... e você o que faz aqui? Também perdido?
- Não. Vim com outras pessoas em missão de resgate de parte de um artefato.
Os
outros, que estavam mais atrás aguardando a volta do cavaleiro, se
aproximaram ao ouvirem as vozes dos dois. E ficaram surpresos ao
verem o anão.
- Quem é ele? - Fernanda perguntou a Gunglain.
- Alguém que está perdido e pelos trajes creio que seja um sacerdote. - respondeu o cavaleiro. - Estou certo? - o humano fez a pergunta ao anão e este respondeu balançando a cabeça positivamente.
- Qual o nome dele? - a humana tornou a perguntar. Antes que o rapaz pudesse responder, o sacerdote falou:
- Esqueci de me apresentar. Sou Durgondo Carvalho de Ferro, clérigo dos Ancestrais Anões. E vocês como se chamam?
- Sou Gunglain, cavaleiro e duque de Theramore. - respondeu primeiramente o humano.
- Sou Azhara. - o mago limitou-se a dizer somente o nome.
- Sou Fernanda, uma jovem um tanto que... esperta. - a humana sorriu ao terminar sua apresentação.
- Sou Arcanya, rainha dos elfos de Ethruria. - a mestiça ao se apresentar terminou o ciclo de apresentações. - Como veio parar aqui? - ela perguntou a Carvalho de Ferro.
- Como havia dito ao seu amigo, sem querer, eu e meus amigos abrimos um portal e viemos parar aqui. Percebi que havia me perdido deles quando recobrei a consciência. Quero encontrá-los e voltar para casa.
- Hum... - a meio elfa pensou um pouco antes de concluir a frase – Você virá conosco até encontrarmos seus amigos e uma maneira de vocês retornarem as suas casas. Concorda?
- Concordo. Qual plano vocês tem em mente? - o clérigo parecia interessado em querer que eles compartilhassem suas ideias com ele.
- Seguiremos por este corredor, fazendo o caminho que você fez até nos encontrar. - Gunglain falou. O sacerdote pareceu assustar-se com a ideia.
- Há muitas criaturas pelo caminho que vim. Algumas eu enfrentei, outras fugi. Estava fugindo de uma dessas criaturas quando os encontrei. Peço que tenhamos muito cuidado. - o anão ponderou.
Gunglain
concordou com a cabeça e todos voltaram a caminhar pelo corredor.
Durante o percurso encontraram corpos de criaturas marinhas e também
de pessoas, talvez aventureiros que descobriram o templo e resolveram
investigar.
O
clérigo guiava a todos e ia mais à frente acompanhado do cavaleiro
e da ladina, mais atrás seguiam o mago e a patrulheira. Todos
prestavam atenção a cada passo dado, a cada barulho ouvido. E com
isso eles puderam prever a aproximação de algumas criaturas.
Possuíam cor verde-escuro nas costas, clareando em direção ao
abdômen, e barbatanas negras. Verdadeiros homens-peixe.
Azhara,
com seu conhecimento mistico, alertou aos outros que poderiam ser
criaturas conhecidas como sahuagins. O sacerdote anão afirmou que
fugia dessas criaturas quando encontrou o grupo. Com armas em punho,
os homens-peixe atacaram os aventureiros e esses revidavam como
podiam, seja no ataque corpo-a-corpo, no ataque à distância ou com
magias.
A
batalha contra os sahuagins durou o tempo suficiente para que o grupo
precisasse dos poderes de cura de Carvalho de Ferro. Com a ajuda do
sacerdote, eles conseguiram vencer as criaturas e prosseguiram pelo
corredor.
Por
mais algum tempo eles continuaram a caminhar pelo extenso corredor.
Fernanda já estava entediada em andar a esmo, assim como Gunglain. O
cavaleiro por algumas vezes perguntava a si mesmo se eles não haviam
se perdido. Os outros permaneciam em silêncio.
Alguns
minutos se passaram, talvez horas, até que no fim do corredor uma
fraca luz podia ser percebida. Essa visão animou o grupo, que
apressou o passo na curiosidade de descobrir o que havia lá. Ao
final do corredor havia uma porta que dava acesso a uma câmara
iluminada. Os aventureiros entraram sem ao menos verificar se havia
alguma armadilha.
O
local não exibia decoração relevante, algumas pinturas
descascadas, algumas reentrâncias nas paredes. O chão, desnivelado,
fazia com que o grupo andasse com cautela. Enquanto os outros se
dirigiam para o centro da câmara, Fernanda pareceu observar as
paredes, pois algo nelas chamou sua atenção. Vasculhando com as
mãos, ela encontrou algo parecido com um dispositivo e ao
desarmá-lo, um estrondo foi ouvido, chamando a atenção de todos.
Em
uma das paredes da sala, até então não percebido, um portão se
abria e revelava uma cela. Azhara percebeu que o pedaço do tridente
que trazia consigo começou a brilhar intensamente. Para ele esse
sinal significava duas coisas: ou ali estava o restante do artefato
ou o próprio Oceannus.
- O que faremos? - Arcanya perguntou aos seus amigos.
- O tridente brilha. - o mago mostra o artefato aos outros. - A outra parte pode estar dentro daquela cela. Ou até mesmo o titã.
- Vamos lá ver o que encontramos. - Gunglain falou e seguiu rumo ao portão aberto. Os outros o seguiram.
Da
entrada da cela, apenas podiam ver contornos de pilares e entalhes
nas paredes, pois a iluminação era muito precária. As tochas
trazidas pelo grupo já estavam no fim e a luz que exibiam não
ajudava muito.
Eles
entraram no recinto e ficaram a observar o local, notando mais ao
fundo uma grande silhueta. Seguiram até ela e viram que se tratava
de uma figura humanoide gigante acorrentada. O grupo olhou surpreso
para o gigante, com exceção do anão, que nada entendia.
- Será ele? - perguntou Fernanda.
- Acho que sim. - respondeu Azhara.
- De quem vocês estão falando? - perguntou Carvalho de Ferro. Ele estava completamente perdido no assunto.
- É uma longa história. Mas o que posso dizer é que esse pode ser o titã Oceannus, dono do artefato que viemos procurar. - respondeu o mago.
Enquanto
os seus companheiros conversavam, Gunglain ficou a observar a
criatura. Ele queria ter certeza se ela estava viva ou morta. Ao se
aproximar mais, percebeu que ela ressonava e deduziu que apenas
adormecia.
- Ele está adormecido, não oferece perigo algum. Podemos prosseguir. - o cavaleiro disse ao chegar perto de seus amigos.
- Vamos libertá-lo. - a rainha falou imponente.
- E por qual motivo faríamos isso? - retrucou Gunglain.
- Ele pode ser Oceannus. - respondeu a mestiça.
- Nós temos que libertá-lo baseado numa suposição? Não concordo.
- Creio que Arcanya tenha razão. O tridente brilha, há uma possibilidade de ele ser o titã. - Azhara interviu.
- Façam como acharem certo. - o cavaleiro resmungou entre os dentes.
O
suposto titã estava acorrentado pelos braços com fortes correntes e
estas não estavam ao alcance do grupo. O grupo se entreolhou antes
de tomar uma atitude e escolheram a rainha para golpear as correntes,
por ela possuir o cinturão de Aramus que lhe conferia uma força
descomunal. Para que ela pudesse alcançar o alvo, o mago retira de
uma bolsa que traz consigo uma pena e a movimenta enquanto recita
umas palavras arcanas, para posteriormente tocar na mestiça, lhe
concedendo assim o poder de voar.
Arcanya
voa até as correntes e as golpeia, não surtindo o efeito esperado.
Ela tenta novamente e nada acontece. Os seus companheiros a observam
sem entender porque ela não estava conseguindo quebrar as correntes.
A meio elfa tentou proferir mais um golpe, mas o conteve ao ver a
figura gigante se mexer e abrir os olhos.
- Quem ousa quebrar as correntes que me prendem? - falou o gigante olhando em direção a rainha que flutuava a sua frente.
- Oceannus? - Azhara perguntou enquanto se aproximava da figura. O gigante olhou para a direção do humano com um olhar curioso.
- Como sabe quem eu sou? - olhou para todos que estavam ali no recinto. - Quem são vocês?
- Pessoas interessadas em obter sua ajuda para encontrar um artefato que no passado lhe pertenceu. - o mago responde e retira de sua bolsa o tridente partido, mostrando-o ao titã - Reconhece?
- É meu tridente. - os olhos de Oceannus encheram-se de raiva ao ver o artefato partido e lembrou-se de quem o partiu. - Maldito Aureus! - ele esbravejou antes de perguntar - Como o encontrou?
- Em algumas ruínas na ilha de Lodis. E graças a um livro que se encontra na biblioteca do reino dos elfos, descobrimos a localização desse local. - respondeu o arcano.
- Estamos à procura da outra metade do tridente e queríamos a sua ajuda para encontrá-lo. Por isso eu estava golpeando as correntes para que pudéssemos libertá-lo. - a meio elfa falou.
- Suas armas são inúteis contra essas correntes. Somente o tridente pode quebrá-las. - as palavras do titã pareceram frustrar o grupo – Encontre-o e traga aqui para me libertar.
- O que ganhamos em troca? - perguntou Fernanda que até então estava calada. A ladina imaginava que o titã poderia ter algo muito valioso a oferecer.
- Posso ajudá-los com o que desejarem. Sou um titã, tenho poderes supremos.
Fernanda
sorri ao ouvir as palavras dele. Cobiça por prêmios era algo que
sempre a movia. Animada, ela tenta convencer seus companheiros a
ajudar o titã. Os outros concordam em ajudar, mas não pelo mesmo
motivo da ladina. Todos não, Gunglain estava “concordando” a
contragosto, pois ele achava que Oceannus não era confiável.
Antes
de partirem, Oceannus disse a eles que usassem a parte do tridente
que possuíam, pois ela os levaria ao pedaço que faltava. Azhara
balançou a cabeça concordando com a sugestão do titã e deixou o
tridente à mostra, segurando com uma das mãos.
Os
aventureiros saíram do recinto rumo ao local onde estaria a outra
parte do tridente e tinham como guia o pedaço que possuíam.
Fernanda e Arcanya iam na frente, uma para desarmar possíveis
armadilhas, a outra para encontrar possíveis rastros. Azhara ia logo
atrás e erguia o tridente a sua frente, observando se emitia algum
brilho ou calor. Gunglain e Carvalho de Ferro iam logo atrás
cobrindo a retaguarda.
Eles
seguiram por um túnel que não possuía nenhuma bifurcação e não
encontraram nenhum empecilho, apenas alguns corpos não
identificáveis devido ao estado de decomposição. Ao chegarem ao
fim do túnel, uma grande sala é desvendada, tendo em seu centro uma
espécie de lagoa. Azhara sente o tridente queimar em suas mãos e os
outros observam o brilho que ele emite. “Então a outra parte está
aqui.”, pensou o mago. O arcano humano se aproxima da lagoa e
percebe que no fundo algo brilha tão intensamente quanto o artefato
que trazia consigo.
- A outra parte está lá embaixo. - o mago diz apontando para o fundo da lagoa. Os seus companheiros se aproximam e também observam o brilho vindo do fundo.
- Então é só descer né? - Fernanda diz enquanto se aproxima cada vez mais da borda da lagoa.
- Ei, Fernanda! - Arcanya põe a mão no ombro da jovem humana tentando impedi-la de entrar na água. - Não seja precipitada!
- Precisamos de um plano para conseguimos recuperar o que está lá embaixo. - Azhara para de falar e coça o queixo por alguns instantes como se pensasse em algo. - Bom... - e continuou. - Qual de vocês possui algum artefato ou poção que possa fazer com que respire debaixo d'água? Eu consigo através de magia, posso levar mais de um, porém o tempo que poderemos permanecer será bem curto.
- Eu tenho a benção divina dos Ancestrais Anões e com isso eu posso respirar na água. Eu também posso levar mais de um comigo, mas sofrerei as mesmas restrições que Azhara. - falou o sacerdote.
Arcanya,
Fernanda e Gunglain procuraram em seus pertences algo que pudesse
servir para respirar debaixo d'água, mas somente o cavaleiro
encontrou algo que servisse.
- Encontrei isso em minhas coisas. - o cavaleiro mostra um frasco contendo algum liquido dentro. - Não sei muito bem o que é. Será que serve?
- Deixe-me ver. - o mago pegou o frasco e analisou com os olhos. Ficou em silêncio por alguns minutos antes de responder. - Sim, meu caro Gunglain. Esse frasco contem uma poção que faz com que se respire embaixo d'água.
- Então está decidido. Iremos eu, Azhara e Gunglain. As duas senhoritas ficam nos aguardando aqui fora. - falou Carvalho de Ferro.
- Acho perigoso só irem vocês. Deixe-nos acompanhar também. - pediu Arcanya.
- Você e Fernanda ficam aqui. Se algo acontecer a nós, vocês são a nossa esperança. - Azhara disse, mesmo que internamente ele desejasse a força da rainha ao seu lado enquanto estivessem submersos.
Os
preparativos para a descida ao fundo da lagoa começam. Azhara recita
algumas palavras arcanas, segura um punhado de palha em uma de suas
mãos e o passa pelo próprio corpo. Gunglain sorveu todo o conteúdo
que continha no frasco da poção em um só gole. Carvalho de Ferro
ora aos Ancestrais Anões para que eles lhe concedam a benção
desejada. Após o termino dos preparativos, os três aproximaram-se
da água e mergulharam sob os olhares atentos de Arcanya e Fernanda.
A
descida até o fundo da lagoa foi tranquila. Cada vez que se
aproximavam do objeto que estava no fundo, mais Azhara sentia a parte
do tridente queimar e brilhar em suas mãos. E assim que conseguiu
por as mãos nele e juntar com a outra parte, um brilho intenso tomou
conta do lugar, chamando atenção das jovens que aguardavam à
margem da lagoa.
- Parece que eles conseguiram. - comentou a rainha.
- Viva! - os olhos da ladina brilhavam com o sucesso obtido e a possível recompensa a ser conquistada.
Com
a relíquia em mãos, eles começaram a nadar de volta à superfície,
porém no meio do caminho foram interceptados por uma criatura. Um
ser que ora parecia uma tartaruga devido ao seu casco, ora parecia um
dragão devido a sua mandíbula, assustando os três aventureiros e
os atacando em seguida.
Os
bravos humanos se defendiam como podiam. Gunglain ia para o
contra-ataque bradando sua espada, Azhara se valia das magias que
lançava e Carvalho de Ferro usava suas orações e bençãos
provindas dos Ancestrais Anões para curar e proteger seus
companheiros. A criatura atacava alternadamente com as garras e a
mandíbula, enquanto os golpes desferidos pelo cavaleiro resvalavam
em sua carapaça dura e quando conseguia ultrapassá-la, pouco
ferimento causava.
A
batalha estava difícil e favorável ao inimigo. Nem as orações do
sacerdote estavam surtindo efeito devido a quantidade de ferimentos
que recebiam do oponente. O dragão tartaruga, como fisicamente era
parecido, não contente em atacar com as garras e os dentes, atacava
também utilizando-se do sopro de dragão. Por duas vezes ele usou o
ataque, sendo a segunda mortal para Azhara.
O
combate parecia ganho para o inimigo, mas com muito esforço o
cavaleiro e o sacerdote conseguiram vencê-lo. Do lado de fora, a
mestiça e a humana perceberam a água ficar turbulenta, mas nada
viam além disso. A patrulheira olhava para a água preocupada, mas a
ladina nada fazia e permanecia sentada aguardando. Não demorou muito
para que Gunglain e Carvalho de Ferro emergissem com o corpo de
Azhara nos braços do cavaleiro. Arcanya olhou para eles com tristeza
nos olhos, mas Fernanda só queria saber se haviam conseguido o
tridente. A sua ansiedade em obter a recompensa de Oceannus era tanta
que ela nem reparou os olhares de reprovação que recebeu dos outros
companheiros.
- O que vamos fazer? - a meio elfa indagou preocupada. - Azhara está morto!
- Não sei. Eu avisei que não devíamos confiar no titã. Agora veja como nosso amigo está. - retrucou o cavaleiro.
- Isso não é hora para ficarmos discutindo o que devia ter sido feito. - o sacerdote interviu. - Estamos com o tridente completo e vamos levá-lo até Oceannus. Ele saberá o que fazer.
- Isso! Vamos logo! - Fernanda, animada, chamava os companheiros para segui-la.
Sem
muito ânimo, os outros não tiveram outra escolha senão seguir com
a ladina de volta a cela onde o titã estava preso. Com exceção da
jovem humana, todos os outros exibiam um semblante triste por causa
da perda do companheiro, principalmente o cavaleiro e a patrulheira,
pois eles já conviviam com o mago há bastante tempo.
Refizeram
o caminho em silêncio, tendo Fernanda à frente guiando o grupo. Ao
chegarem ao local, Oceannus olha para o grupo e este para defronte a
ele. Gunglain coloca o corpo de Azhara no chão, pega o tridente que
estava com Carvalho de Ferro e encara o titã com um olhar sério.
- Aqui está o seu tridente. - o cavaleiro mostra o artefato a Oceannus. - Foi conseguido ao custo da vida de nosso amigo.
- Sim, eu percebi. E sinto que põe a culpa em mim por causa disso. - o titã fala olhando para Gunglain e este mantém o mesmo olhar sério para o outro. - Se me permitir posso trazer seu amigo de volta a vida.
- Seria digno de sua parte fazer isso.
- Preciso que vocês quebrem as correntes com o tridente.
Gunglain
lançou um olhar incrédulo ao titã e não moveu-se do lugar.
Arcanya foi até o cavaleiro, tirou o tridente de suas mãos e
quebrou as correntes que prendiam os pés de Oceannus. Depois, com
muito esforço, ela subiu pelo corpo dele até alcançar suas mãos e
quebrou as correntes que as prendiam.
- Por favor, jovem. Me devolva o tridente. - o titã pediu assim que viu Arcanya chegar ao chão. A mestiça obedeceu e lhe entregou o artefato.
Oceannus
pega o tridente das mãos da rainha e aponta para o corpo de Azhara,
recitando algumas palavras em seu idioma. Alguns minutos depois o
mago humano abre lentamente os olhos. Gunglain aproxima-se do amigo e
o ajuda a se erguer. Arcanya e Carvalho de Ferro sorriem ao verem o
companheiro vivo, mas Fernanda só tinha interesse em saber da
recompensa que o titã havia prometido. Quando a ladina teve intenção
de mencionar algo, foi interrompida.
- Devo agradecê-los por terem recuperado meu tridente e me libertado. Como forma de agradecimento, concedo para cada um de vocês um desejo. - Oceannus falou a todos, deixando-os surpresos.
- Quem começa? - Fernanda falou chamando a atenção pra si.
- Já que está tão interessada, você pode ser a primeira. - resmungou Gunglain. A ladina olhou para ele e lhe mostrou a língua.
- Pois bem. - a jovem humana para e pensa um pouco antes de falar – Eu quero poder. Muito poder.
Oceannus
ouviu atentamente o pedido da humana e bateu com a haste do tridente
no chão. Um estrondo foi ouvido por todos, mas nada além disso
aconteceu. Fernanda olhava atônita para o titã querendo respostas
para perguntas apenas formuladas em sua mente.
- Quero ser o segundo. - Carvalho de Ferro colocou-se a frente de Oceannus. - Eu vim parar nesse local por engano, juntamente com meus amigos. Me perdi deles e tenho como desejo voltar para minha cidade com eles.
O
titã meneia a cabeça num gesto afirmativo e bate novamente com a
haste do tridente. Outra vez um estrondo é ouvido, mas
diferentemente da vez anterior, o sacerdote anão desaparece na
frente de todos.
- Minha vez. - Gunglain falou, deixando Azhara aos cuidados de Arcanya. - Eu desejo encontrar o amor verdadeiro. Somente isso.
Mais
uma vez Oceannus repete o gesto anterior e como no caso do sacerdote,
o cavaleiro também desaparece do recinto. Arcanya olha para Azhara
preocupada, mas o mago pede que ela tenha calma. O humano com algum
sacrifício se aproxima do titã.
- Não serei egoísta ao ponto de pedir algo somente para meu próprio bem. Há pouco tempo atrás tivemos um combate contra as forças eloranas na cidade de Ravenmore. Muitas vidas foram perdidas e as que não foram, tiveram como destino a escravidão. Queria que eles retornassem a vida que eles tinham antes do acontecimento.
Novamente
o titã refaz o mesmo ritual e como no caso de Fernanda, nada além
do do estrondo aconteceu. Arcanya pensou se realmente aquilo que
desejavam estava realmente sendo atendido, mas desistiu dos devaneios
ao fazer o seu desejo:
- O reino de Ethruria há pouco tempo sofreu um ataque de orcs, o que ocasionou mortes e destruição do local. Desejo que todos os que morreram nessa batalha voltem a vida, assim como o reino volte ao esplendor que era antes do confronto.
Após
ter atendido todos os desejos, o titã murmura algo em sua língua e
ergue o tridente. Um raio sai dele rumo ao céu, desaparecendo em
seguida. Os que estavam ali observam com assombro o que estava
acontecendo. Mas o que eles não sabiam é que em algum lugar da
costa continental, uma enorme onda invade e destrói o que vê pela
frente. Era a vingança de Oceannus ao que Aureus fizera a ele.
Oceannus
abaixa o tridente e olha para o grupo. Com as mãos, ele pede que se
aproximem. O trio se aproxima com um pouco de receio, mas o titã os
tranquiliza dizendo que vai levá-los de volta à superfície. O titã
gira o tridente e embaixo dos seus pés um chafariz é formado,
levando todos à superfície.
Durante
todo o tempo que seus amigos permaneciam submersos, Marlus andava de
um lado para o outro no convés do galeão élfico. Ele estava
inconformado de ter ficado de fora da expedição. Por muitas vezes,
o bárbaro olhava para o mar na expectativa de ver seus companheiros
retornando. E em uma dessas observações, ele percebe o mar ficar
agitado e mantém o olhar fixo na direção do acontecimento. Em
instantes, surge uma figura imponente e gigante, segurando em uma das
mãos um magnífico tridente. Ao lado dele estavam Arcanya, Azhara e
Fernanda, o que fez Marlus respirar aliviado e ao mesmo tempo
preocupado pois havia notado a falta de Gunglain.
Tudo
parecia tranquilo quando Oceannus deixou o trio no convés da
embarcação, mas a tranquilidade durou alguns segundos. Uma criatura
surgiu sem que ninguém percebesse sua chegada e atacou o titã, que
usou de sua agilidade para não atingir o galeão élfico.
- Aureus! Maldito! - esbravejou Oceannus quando viu quem era o seu agressor.
Aureus,
o arauto mor de Elor, não havia vindo sozinho. Trouxe com ele
algumas criaturas malignas que ameaçavam atacar a embarcação e sua
tripulação. Oceannus se colocou à frente do galeão e atacou
Aureus com o tridente, não ferindo muito o adversário diretamente,
mas dizimando as criaturas por ele convocadas.
Por
mais que Azhara, Arcanya, Fernanda e Marlus quisessem ajudar, o
combate não estava à altura deles. Oceannus lutou sozinho contra
Aureus e por infelicidade acabou sendo derrotado pelo arauto mor,
tendo seu corpo inerte lançado ao mar.
A
tripulação da embarcação estava apavorada e os bravos heróis se
preparavam para enfrentar o poderoso inimigo. Aureus fez menção de
atacá-los, mas foi interrompido por um contra-ataque vindo de mais
além. Um dragão dourado havia utilizado-se do sopro de dragão para
atacar, atraindo para si a atenção do arauto.
Aureus
enfureceu-se com o golpe recebido e convocou novas criaturas
malignas, mandado-as atacar o dragão dourado. O dragão não estava
só, tinha a companhia de outros titãs e estes atacaram as criaturas
convocadas, deixando o caminho livre para ele atacar diretamente o
arauto.
O
combate foi intenso e a tripulação do galeão élfico apenas
assistiu sem intervir. As criaturas convocadas pelo arauto foram
dizimadas pelos titãs e o próprio Aureus perdeu o embate contra o
dragão dourado. Ele jurou vingança e desapareceu em seguida.
Com
a derrota do inimigo, os titãs se reuniram ao lado do dragão
dourado, sendo que este olhava atentamente a embarcação élfica que
estava ali. Arcanya, Azhara, Fernanda e Marlus perceberam e não
sabiam ao certo se deviam atacar ou esperar. O que aquela criatura
estava planejando eles nem imaginavam o que poderia ser, mas com um
gesto o dragão os teleportou dali para algum lugar bem distante e
entre nuvens.
Como sempre um enredo denso e envolvente...mais uma vez você demonstra fantástico potencial para se tornar escritora de fato, meus mais sinceros parabéns e que vc aumente as descrições dos seus cenários e personagens para que cada vez mais estejamos imersos nesse mundo fantástico que vcs criam!!
ResponderExcluirMuito obrigada mocinho! Vou tentar melhorar a cada capitulo. Quanto a descrever o cenário, acho que vou criar um espaço só para isso.
ResponderExcluir