quarta-feira, 6 de julho de 2011

Conto 02: A invasão dos orcs (Final)

Resumo: "Os orcs iniciaram seus ataques contra Ethruria e os elfos, liderados pela rainha Arcanya, lutam para defender seu reino. Eles são muitos em relação aos elfos, principalmente com o elemento supresa que trazem."


Confrontando os orcs

    O dia seguinte a coroação de Arcanya não fora de comemorações e começou com a recém coroada rainha em reunião com o conselho de sábios e lideres das forças reais. Os seus companheiros também estavam presentes, com exceção de Fernanda que estava desaparecida desde a festa.
    O clima da reunião era tenso e todos discutiam planos para evitar a invasão dos orcs a Ethruria. Os lideres do exército e da unidade das donzelas traçavam planos, chamando a atenção de Arcanya e seus amigos. Os sábios também estavam nessa reunião e ponderavam quando os ânimos estavam mais exaltados. Tessan aconselhava a rainha a que atitude tomar e ela o ouvia atentamente.
    A reunião durou boa parte da manhã e quando terminou, cada um seguiu seu rumo, preparando-se para o combate. A rainha se prontificou a lutar ao lado das donzelas, Marlus e Gunglain emprestariam suas habilidades ao exército do reino e Azhara se juntaria aos magos nas torres. Antes que eles se dirigissem as suas posições, Arcanya os chama e entrega a Azhara um cajado, uma das relíquias reais que havia conseguido no teste.
- Que honra! Não mereço tal presente, vossa majestade. - Azhara tenta devolver o cajado a rainha, mas ela rejeita.
- Ele será útil em suas mãos, tenho certeza disso.  - a rainha é chamada por uma das donzelas – Bom eu preciso ir agora. E que Aurora nos proteja nessa batalha.
    A rainha se despediu de seus companheiros e seguiu para perto das jovens elfas da unidade das donzelas. Antes de se juntar a elas, a mestiça é interceptada por Viviane e a jovem percebe que a sacerdotisa não é elfa pura. Ela tenta disfarçar a surpresa, mas a outra percebe e prefere não se manifestar. Tessan se aproxima das duas.
- Minha rainha, deixa eu lhe apresentar a grã sacerdotisa do Santuário de Aurora. - e aponta para Viviane. - Ela é Viviane.
- Nós já nos conhecemos. Eu a abriguei juntamente com os outros em meu santuário. - a sacerdotisa pronunciou-se e Arcanya concordou com a cabeça.
- Fico feliz que já se conheçam. Minha rainha, Viviane veio ajudar-nos no combate contra os orcs. Sei que um dos tesouros que vossa majestade recuperou é um pergaminho muito poderoso e que nas mãos dela poderá ser de grande ajuda. - Arcanya concorda e diz que Tessan pode ir em seus aposentos pegar o pergaminho. Assim que o conselheiro e a sacerdotisa deixam a companhia da jovem, ela vai ao encontro das donzelas que a esperavam.
    Alheia as decisões de batalha, Fernanda se encontrava perdida na cidade. A jovem humana, com medo de ser pega pelos guardas locais por ter cometido alguns furtos durante a festa de coroação, se esgueirava pelas sombras. Quando chegou perto de uma torre, não esperou muito para entrar e se esconder.
    Todos estavam ocupando seus lugares para a temida batalha. Marlus se juntou a alguns soldados que se deslocavam para proteger o portão de entrada do reino. Gunglain montou seu cavalo Menelaus e se juntou a infantaria montada. Azhara foi para as torres de vigia do reino juntamente com outros magos, Tessan e Viviane. Arcanya, montada em Ki-Lin, se juntou a unidade das donzelas. Todos estavam em atenção total e um batedor avisa:
- Orcs à vista!
    Uma horda liderada por três grandes líderes orcs, Gark e seus irmãos, estava avançando em direção a entrada principal. Arqueiros, que estavam de prontidão, atacavam com suas flechas. Poucas acertavam alguns orcs, o que não impedia o avanço. Os lideres gesticulavam algo, um deles era usuário de magia e conjurava algo contra o portão.
    Os magos respondiam lançando magias contra a horda, por ora as vezes tendo que confrontar o próprio conjurador que conseguia neutralizar muitas das magias lançadas. Azhara se esforçava junto com os outros magos, mas ele havia percebido que havia algo errado no interior da torre e desceu para averiguar o que seria.
    Nos portões de entrada, Marlus e os soldados estavam enfrentando problemas com os orcs que conseguiram adentrar após a queda do portão. Como um bom bárbaro, o humano bradava sua espada e ia de encontro ao inimigo, sem esperar piedade do mesmo.
    Mais a frente dos portões iam a infantaria montada e a unidade das donzelas montadas em seus unicórnios e com eles Gunglain e Arcanya. O cavaleiro humano emprestava suas habilidades de combate montado a infantaria e atacava ele mesmo um dos líderes orcs. A rainha, montada em Ki-Lin, utilizava-se dos tesouros reais para confrontar os orcs acompanhada das outras donzelas e de Melissa, a capitã dessa unidade.
    Achando-se escondida em uma torre, Fernanda não tinha noção de que também contribuiria com as defesas locais. A ladina, na curiosidade de descobrir o local onde estava e quem sabe sair de lá com algo no bolso, é localizada por seu inimigo que até então estava oculto. Ao atacá-la, ele faz com que a humana procure onde estava seu agressor e mesmo com a visão acostumada a pouca luz existente, nada conseguia enxergar. Com uma adaga em mãos e se ocultando nas sombras, a furtiva humana tentava por em prática algum plano que parecia surgir em sua mente. Mas o inimigo, um caçador invisível, conseguia atacá-la mesmo assim, utilizando-se de redemoinhos. Fernanda sentia os golpes que levava e golpeava o ar na tentativa de acertar algo, mas muitas dessas vezes era em vão.
    Não era só ela que estava tendo problemas com seus inimigos. Mesmo forte, Marlus encontrava dificuldade em abater seus inimigos. Os orcs estavam bem armados e já tinham derrubados muitos dos soldados élficos e partiam com toda fúria para cima do bárbaro, que se defendia e atacava como podia. Gunglain, montado em Menelaus, ia de encontro a um dos líderes dos orcs e o atacava com sua espada. O líder era forte o suficiente para aguentar os golpes do cavaleiro e revidar na mesma intensidade. Mais a frente estava a unidade das donzelas e Arcanya. De posse do arco e das flechas que havia conseguido no tesouro real, a rainha tentava acertar o conjurador, sem muito sucesso. Ele contra atacava e por muitas vezes a soberana era atingida, o que a fez cair sobre sua montaria. Ki-Lin se afastou do combate, carregando Arcanya consigo e algumas donzelas o seguindo.
    Nas torres, os magos faziam de tudo para derrubar o máximo de inimigos que conseguissem com suas magias de área. O efeito surtido não era o esperado pois os orcs eram muitos. Azhara já tinha se afastado dos outros magos e por conta própria descia até o andar térreo da torre. Apesar de estar com pouca luz, ele conseguia ver uma silhueta feminina lutando contra algo invisível. Por um momento ele achou estranho, mas seu conhecimento lhe dizia que uma criatura mágica estava por trás disso. O mago colocou as mãos em seus bolsos e retirou, em cada uma das mãos, um punhado de talco e um punhado de pó de prata, jogando a frente. Ele consegue ver o caçador invisível atacando a humana e gesticula as mãos, recitando umas palavras arcanas, transformando o ser invisível em um animal qualquer. A ladina se surpreende ao ver seu agressor “surgir” em sua frente e não hesita em atacá-lo. Por mais que a criatura tente revidar, sua nova forma, um carneiro, não tem poder suficiente para isso e com os golpes desferidos por Fernanda, tomba em combate. O humano ao ver que a jovem havia derrotado o inimigo, deixa o recinto e volta para a cobertura da torre.
    Com a rainha momentaneamente fora do combate, a responsabilidade de confrontar os lideres era de Gunglain. O cavaleiro investia e se defendia na mesma intensidade, tentando se manter vivo. Menelaus, seu cavalo, estava beirando a exaustão devido as investidas que seu cavaleiro fazia.
- Vamos Menelaus, só mais essa. Sei que consegue. - o humano dizia palavras de incentivo a sua montaria.
    Mesmo com a volta de Arcanya ao campo de batalha, contra a vontade das donzelas que a acompanhavam, o embate estava mais favorável aos orcs. Eles tinham muito mais integrantes enquanto o lado élfico sofria inúmeras baixas. Então algo aconteceu. Das torres surge uma fênix, conjurada pelo pergaminho que pertencia aos tesouros reais e cedido a Viviane, e com seu imenso poder consegue fazer uma devastação no campo inimigo, tombando os líderes. Os sobreviventes da horda ficaram desorientados sem sua liderança e se retiraram dos arredores de Ethruria.
    Aliviados todos comemoravam a vitória, mesmo com as mortes de alguns elfos e a destruição parcial do reino. Os sobreviventes se abraçavam felizes com a vitória. Tessan agradecia a ajuda de todos os magos que estavam nas torres, principalmente a Viviane, que por ser uma sacerdotisa pôde ler aquele pergaminho que continha a magia divina. Arcanya era festejada pelos seus súditos por liderá-los e ela agradecia a ajuda de Gunglain e Marlus por terem estado na frente de batalha. Tudo parecia em paz naqueles instantes, mas algo chamou atenção.
- FOGO! - gritou um morador apontando em direção a biblioteca real.
    Todos olharam e constataram que a biblioteca estava em chamas. O desespero tomou conta, principalmente dos magos, pois ali se encontrava grande parte dos livros de seus estudos e da história local. Azhara se adiantou e seguiu em direção ao edifício, seguido por outros magos.
    Ao chegar no local, o humano entra sem se preocupar muito com as chamas. Andando pelas salas, ele encontra um corpo de uma jovem elfa caído. Aproximando-se percebe que é a tia de Arcanya, Lara Fio de Prata, e esta se encontra inconsciente. Azhara a pega no colo e caminha de volta a entrada biblioteca, mas é interceptado por outros elfos que tinham vindo tentar cessar o fogo. O arcano entrega a jovem aos cuidados deles e retorna a sua busca por dentro do prédio. Enquanto subia para os andares superiores, local onde estava mais concentrado o fogo, percebeu um vulto nas escadas. Azhara apressa o passo e consegue alcançar o seu inimigo.
- Você! - exclamou o mago humano ao ver quem era. Ele estava defronte a um meio elfo com vestes de mago, com quem já havia lutado contra em outro momento, este segurava um exemplar raro da biblioteca. - Eu deveria ter imaginado que todo esse ataque deveria ter alguém por trás no comando. Orcs não são tão inteligentes assim.
- Eles foram apenas distrações que eu coloquei para poder entrar na cidade sem ser percebido e conseguir meu objetivo. Estava tudo tão fácil que não imaginava ser interferido. Ainda mais por você.- falou o meio elfo.
    Sem querer prolongar a conversa, Azhara gesticula e lança uma magia contra o arcano mestiço. Ele leva o golpe, mas não se desfaz da pose altiva, colocando o livro que segurava no chão. O meio elfo fala palavras arcanas e gesticula as mãos em direção ao humano, este sente seu corpo enrijecer e paralisar. O arcano mestiço ri com a situação do outro, pega o livro e folheia até parar numa página que lhe prende o interesse. Após ler com atenção, ele faz com que o livro pegue fogo e desaparece na frente do humano. Azhara tenta reagir, mas por estar paralisado nada pode fazer.
    O mago humano ficou por mais algum tempo preso a magia até que Tessan e outros magos chegassem. O sábio desfez o encanto e Azhara voltou a se mover livremente, contando o que tinha presenciado. O conselheiro lamenta, principalmente por aquele ser o exemplar que continha informações sobre o tridente. Acrescenta que se o humano concordar, podem restaurar o livro. O mago humano concorda e todos se retiram da biblioteca, que agora estava aos cuidados daqueles que evitavam um novo incêndio.
    A ilha de Lodis estava a salvo do orcs, mas Ethruria pagou um alto preço por isso. Os elfos agora teriam um longo tempo para trazer o reino ao esplendor que era, sob a liderança de Arcanya. E o tempo corre, contra ou a favor deles.

2 comentários:

  1. envolvente,impactante e muito bem detalhado...mal posso esperar pra ler o resto da história

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  2. obrigada! espero em breve continuar com as aventuras de Contos Eloranos

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Não se acanhem. Deixem um comentário que lerei com carinho =)